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Perspectivas Terapêuticas

Atualmente não há tratamento para essas doenças e os pacientes convivem com a perda progressiva da visão.

O aconselhamento genético e o suporte para intervenção precoce e reabilitação têm indicação nestes casos. Pesquisas envolvendo a base molecular e genética dessas doenças está continuamente em expansão e ampliam as perspectivas para novas formas de tratamento.

Novidades nas pesquisas que visam o tratamento das Doenças Degenerativas da Retina

Os testes clínicos que estão sendo feitos com seres humanos envolvem 3 fases: a primeira testa a segurança do medicamentos ou da terapia e cobre um pequeno grupo de pacientes; a segunda fase testa segurança e eficácia e tem lugar em vários centros de pesquisa, envolvendo muitos pacientes. A fase 3 já se dá com maior nível de segurança e eficácia e busca ter resultados numéricos maiores e em geral cobre vários paises. Destacamos os as mais importantes:

• Testes clínicos com a Terapia da Célula Encapsulada para RP e DMRI

Realizados pela empresa Neurotech nos Estados Unidos, essa terapia consiste na aplicação de um agente de sobrevivência neuronal, o CNTF (ciliary neurotrophic factor – células que foram geneticamente transformadas para produzir o fator terapêutico) que reduziu a degeneração retiniana causada pela Retinose Pigmentar em modelos animais e agora está sendo usado em pacientes com retinose pigmentar. Uma pequena cápsula de cerca de meio centímetro é colocada dentro do olho, liberando CNTF gradualmente. Esse fator produz a sobrevivência dos neurônios das células fotoreceptoras por um longo período (18 meses). A Neurotech está testando a segurança e a eficácia dessa terapia, tendo já concluído a Fase I com pacientes, encontrando-se na fase II/III em três centros clínicos.

• Testes clínicos usando os fatores neurotróficos ECT e CNTF

Há pesquisas com o medicamento FENRETINIDE e o que está sendo realizado pela empresa americana Sirion Therapeutics com pacientes com DMRI atrófica, envolvendo vários centros de pesquisa. Acredita-se que com o sucesso dessa terapia, ela poderá ser estendida aos pacientes com DOENÇA DE STARGARDT.

• Prótese retiniana (olho eletrônico)

Existem cerca de 30 grupos de pesquisa nessa área. Há quatro tipos de implantes sendo pesquisados: prótese subretiniana, prótese epiretiniana, prótese no nervo óptico e prótese no córtex cerebral.

• Medicamentos Antioxidantes

Para a Retinose Pigmentar (RP): Na Suécia o medicamento RETINACOMPLEX está sendo pesquisado no combate ao stress oxidativo que contribui para o agravamento da degeneração dos fotoreceptores. Foram testados, com bom resultados, modelos animais com Retinose Pigmentar;

A Foundation Fighting Blindness (Estados Unidos) vem apoiando pesquisa sobre suplementos nutritivos com Vitamina A Palmitato combinada ao Acido Graxo DHA Omega 3 (docosahexanoic acid) na expectativa de que esta dieta suplementar reduza a perda de visão de pacientes com RP. Fontes de Omega 3 incluem: salmon, atum, sardinha.

Para Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI): o estudo AREDS 1, do início da década, mostrou a eficácia do uso de antioxidantes, zinco, luteina e zeaxantina para pacientes com DMRI neovascular ou atrofia geográfica. Na segunda fase, AREDS 2, estão sendo testados a administração de luteína, zeaxantina e/ou omega 3 – ácidos grassos poliinsaturados (DHA e EPA) para DMRI e catarata. O estudo abrange 4.000 pessoas em 82 clínicas durante 5 anos de acompanhamento de pacientes.

Em pesquisa financiada pela Foundation Fighting Blindness na Universidade de Harvard, Estados Unidos mostrou que uma dieta rica em gordura está associada a uma perda de visão mais rápida nos casos de DMRI. Por outro lado, dietas envolvendo consumo de peixes e nozes, ricos em ácidos graxos omega 3 levam à preservação da visão por mais tempo.

• Novos Genes Identificados

Mais de 130 genes foram identificados pelos geneticistas, com mutações que levam às doenças degenerativas da retina. A identificação destes genes é um passo importante para compreender o desenvolvimento dessas doenças e é fundamental para o desenvolvimento das terapias de reposição genética e biofarmacêutica. Cientistas ligados à Foundation Fighting Blindness encontraram variações em três genes em 74% dos casos de Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI). Essa descoberta traz novas possibilidades de tratamentos efetivos, mostrando o papel da herança genética na DMRI.

• Terapia de Reposição Genética

Para a Amaurose Congênita de Leber (gene RPE65): estão sendo realizados, em parceria, no Instituto de Oftalmologia da Universidade da Califórnia e no Hospital Moorfields em Londres, testes clínicos com pacientes (fase I).

Na pesquisa inglesa com três jovens com Leber, um paciente já apresentou melhora na visão na fase I. Os testes continuam e vão incluir doses maiores da terapia e a inclusão de crianças no teste clínico.

A Foundation Fighting Blindness dos Estados Unidos está financiando esse estudo e também o da Universidade da Pensilvânia, que deve começar brevemente. Essa terapia genética, realizada com 50 cães cegos devido à Amaurose Congênita de Leber, teve sucesso, com a melhoria da visão dos animais e mostrou estabilidade nos resultados (a visão dos cães não regrediu). Pesquisadores ligados à Foundation Fighting Blindness (EUA) desenvolveram uma terapia de reposição genética para recuperar os fotorreceptores de camundongos com Amaurose Congênita de Leber de tipo recessivo, resultante de uma mutação no gene RPGRIP. O tratamento recuperou os fotorreceptores dos animais que tiveram sua função retiniana normalizada.

Para DMRI exudativa: A empresa GENVEC está usando um adenovirus modificado como vetor do gene que carrega o fator derivado do epitélio pigmentar (PEDF), uma proteína que tem o papel de agente anti-neovascular e fator de sobrevivência dos neurônios. Os testes clínicos estão em fase I-II para 50 pacientes com, sem ter encontrado efeitos adversos até o momento.

Para síndrome de Usher: Um animal com Usher 1B está sendo tratado na Universidade da Califórnia com a administração do gene normal Usher 1B no olho do animal. O objetivo é prevenir a degeneração retiniana colocando uma cópia do gene USH1B normal nas células da retina, de modo a produzir uma proteína normal que previna a degeneração da retina.

Na Universidade da Califórnia em Berkeley, pesquisadores estão desenvolvendo, através da engenharia genética, um modelo de camundongo com Usher 3. Esse modelo animal vai permitir testes clínicos de terapia genética para Usher 3.

Para doença de Stargardt: O Instituto de Pesquisa da Neurovisão (National Neurovision Research Institute, NNRI) , ligado à Foundation Fighting Blindness nos Estados Unidos estabeleceu parceria com a companhia de produtos biofarmacêuticos britânica Oxford Biomédica, para desenvolver a terapia de reposição genética para tratar doenças degenerativas causadas por um defeito no gene ABCA4. O objetivo do projeto StarGen™ é dar início à Fase I do teste clínico.

Para retinose pigmentar: Uma equipe de pesquisadores de vários países conseguiu restaurar a visão de ratinhos com retinose pigmentar através do transplante de células fotorreceptoras imaturas. Essas células transplantadas tornaram-se células retinianas e integraram-se à retina do animal. Pesquisadores da Foundation Fighting Blindness, usaram células do cordão umbilical e do tecido neural para restaurar a visão de modelos animais com doenças degenerativas da retina ( ratinhos).

Os testes clínicos com células tronco estão ainda na fase de testes com modelos animais e os cientistas ainda não têm previsão de tempo até que possam testar em pessoas.

Saiba mais:

Visão Subnormal ou Baixa Visão

Auxílios ópticos – Recursos ópticos

Retinose pigmentar ou retinite pigmentosa

Amaurose congênita de Leber

Síndrome de Usher

Síndrome de Bardet-Bield e Laurence e Moon

Distrofia de cones – Acromatopsia congênita