A tonometria é um exame oftalmológico que permite a medida da pressão intra-ocular. É fundamental para o diagnóstico e acompanhamento do paciente com glaucoma.
Tonometria de Aplanação
Os olhos são previamente anestesiados e corados com colírios e o exame é realizado.
Tonometria de Aplanação
Apesar de simples, sua realização nas consultas é muito importante, indolor e extremamente rápida sendo realizada em menos de 2 minutos para ambos os olhos.
Tonometria de Aplanação
Medidas da pressão intra-ocular são consideradas dentro dos parâmetros normais quando aferidas entre valores de 10 a 20mmHg.
Tonometria de Aplanação
No entanto isoladamente não fazem o diagnóstico do glaucoma.
Existem pacientes que não possuem dano no nervo óptico que possuem medidas pressóricas acima de 20mmHg (chamados Hipertensos Oculares) e outros com dano ao nervo óptico mesmo apresentando medidas pressóricas abaixo de 20mmHg (chamados Glaucoma de Pressão Normal).
A pressão intra-ocular é o principal fator de risco para o glaucoma e a redução da PIO é o único tratamento cientificamente comprovado capaz de conter a evolução da doença. Portanto, a medida precisa da PIO é importante para o diagnóstico e acompanhamento do paciente glaucomatoso.
Os tonômetros atuais podem ser classificados, basicamente, em dois tipos: indentação e aplanação. O método de indentação, realizado com o tonômetro de Schiotz, está em desuso. Atualmente, é utilizado quando o segmento anterior do olho mostra-se muito alterado e impede a obtenção de valores confiáveis pela tonometria de aplanação.
Tonometria de Indentação:Tonometro de Schiötz
Os métodos de aplanação mais utilizados são o de Goldmann, Perkins, Tono-Pen e o de sopro (não contato), também chamado pneumo-tonômetro. O tonômetro de Perkins e o Tono-Pen são portáteis, o que permite medir a PIO em várias posições. O tonômetro de sopro é mais preciso quando os níveis da PIO situam-se próximos aos limites da normalidade. Sua maior utilidade é para triagem e não deve ser usado para diagnóstico ou acompanhamento de pacientes com suspeita ou existência confirmada de glaucoma.
O tonômetro de Goldmann é tido como o método mais acurado para a mensuração da PIO, sendo mais preciso em olhos com espessura corneal central entre 520 e 540 µm.
Tonômetro de Goldmann
Quando Goldmann desenvolveu este tonômetro no final da década de 50, ele reconheceu que alguns fatores, como a resistência à deformação corneal, poderiam influenciar na medida da pressão. Entretanto, a acurácia da tonometria de aplanação de Goldmann foi pouco questionada até recentemente.
A influência da espessura corneal mensuração da PIO foi mais pesquisada após o advento da cirurgia refrativa, na qual o afinamento do estroma da córnea era responsável por valores pressóricos mais baixos após a cirurgia, quando aferidos com o tonômetro de Goldmann.
A diminuição da espessura corneal não é o único fator que interfere na medida da PIO. Um exemplo é o que ocorre após a ceratotomia radial, que não modifica a espessura da córnea, mas altera a arquitetura corneal e faz com que o valor da PIO torne-se, geralmente, mais baixo no pós-operatório.
Estudos mostram que a espessura corneal deve ser levada em consideração em todos os pacientes suspeitos e glaucomatosos. Entretanto, a paquimetria nem sempre possui uma relação linear com a PIO. Fatores biomecânicos da córnea, como a histerese, e até mesmo o diâmetro corneal, podem influenciar no valor que aferimos com os tonômetros de aplanação.
Apesar de muitos questionamentos sobre a tonometria de Goldmann, ela ainda permanece como o padrão-ouro para a medida da PIO.